A que sabe o sucesso?
Já pensou nisto?
A que sabe de facto o sucesso?
Pode saber bem, pode saber a amargo, pode não saber a nada…
Poder-se-ia pensar:
“Mas não sabe sempre bem?”
Um dos problemas com o sucesso é que muitas vezes as pessoas deixaram de saber por que razão querem atingir algo.
Foi há tanto tempo que definimos o que queríamos da vida, que hoje em dia as razões, os motivos, toda a base que nos sustentava já não faz mais sentido.
Um dos fenómenos que trabalho com as pessoas que formo é a falta de ligação entre a cabeça e o corpo.
Algumas pessoas vivem a vida com a cabeça voltada para a frente, mas com o resto do corpo voltado para trás.
Ou seja, o seu corpo sabe que algo não é bom para si, mas a sua cabeça insiste em andar na direcção que definiu.
Quer um exemplo?
Vamos fazer um exercício.
Pegue numa folha de papel e numa caneta.
Feche os olhos e pense em três das coisas que queria atingir na vida.
O que quer que lhe surja deixe fluir. Seja o Ferrari, seja o ser rico, seja a família feliz, seja os filhos formados numa boa universidade, o que quer que surja, abra os olhos e escreva essas três metas no papel.
Agora vou-lhe pedir que feche novamente os olhos e, pegando na primeira meta que lhe surgiu, faça o seguinte exercício:
Imagine que já atingiu esta meta, que já lá está, que tudo acabou de terminar.
Veja as pessoas à sua volta, os cheiros que estariam no ar, o sabor que teria na boca, as sensações que estariam na sua pele.
Mas faça-o com uma particularidade, estando lá mesmo, ou seja, não é ver-me de fora como num filme, mas antes como se eu lá estivesse no filme, a ver as minhas mãos, pernas, totalmente integrado na cena para a tornar o mais real possível.
Deixe tudo isso poisar na sua mente e observe, oiça e sinta quais as sensações que atingir tudo isto lhe provoca. Foque-se especialmente na sua zona à boca do estômago.
Qual é a sensação que aí se desperta?
Um relaxamento ou uma sensação agradável?
Nenhuma sensação, ou seja, a ausência de toda e qualquer sensação nessa zona?
Uma contracção ou desconforto?
Dependendo do que surgir, abra os olhos e na situação positiva marque uma carinha contente à frente da meta, se for ausência de sensações marque uma cara neutra, se for uma sensação negativa marque uma cara negativa.
Repita o processo para as três metas.
Olhe para o papel. Alguma das metas, quando foi processada emocionalmente, provocou uma reacção que não estava à espera?
Provavelmente sim.
Se foi uma reacção positiva, não há muito que dizer.
É sinal que a sua meta tem ancoragem interna forte em termos emocionais e que existe congruência entre a sua parte mental e física.
Se a reacção foi neutra ou sem sensações, é sinal que é uma meta que em tempos até poderá ter feito sentido, mas que agora, face às circunstâncias actuais ou à sua evolução pessoal, não tem ancoragem emocional. Por exemplo, todos na minha rua tinham Ferraris ou na minha família todos foram engenheiros. Ou outras situações muito piores.
Se a sua reacção foi negativa, provavelmente é o seu “corpo” a dizer através da sua infinita sabedoria que o que quer para a sua vida provavelmente não será lá muito ecológico, para não utilizar uma expressão mais forte.
Agora, onde é que tudo isto nos leva…?
Se na vida corrermos, e partindo do pressuposto que a nossa energia ou capacidade de trabalho ou tempo não são infinitos, convém que o façamos face a metas que tenham uma ancoragem positiva.
Caso contrário…
Esta semana pare um pouco para pensar:
“Há quanto tempo não saboreio as minhas metas?”