Sabe o que é que a liderança tem a ver com as florestas?
Hoje em dia está muito na moda dizer-se:
“Ver a floresta em vez de ver a árvore”.
Embora se tenha tornado um cliché, o princípio por detrás desta expressão continua a ser bastante verdadeiro.
Um dos maiores problemas com que nos defrontamos todas as semanas com os quadros superiores de empresas, com os quais trabalhamos, prende-se precisamente com isto.
O facto de, muitas vezes, o líder olhar somente para o seu umbigo.
É normal ele dizer: “não entendo as minhas pessoas” ou “não entendo este problema”.
Em primeiro lugar, temos de desbastar o mar de argumentos e ideias pré concebidas que surgem.
Após este processo, frequentemente vemos que a única razão para o líder não perceber melhor o que se está a passar, é pura e simplesmente, por analisar a situação da perspectiva:
“O que é que eu, líder, ganho com isso?”.
Mas será que está é a perspectiva correcta para analisar uma situação que envolva terceiros?
Claro que não.
A perspectiva correcta seria:
“O que é que as minhas pessoas ganham ou perdem com isto?”.
Ou seja, afastarmo-nos e olharmos a floresta em vez da árvore.
Muitas das vezes, estamos tão embrenhados com o problema em questão, que não conseguimos dar um passo atrás e olhar para o que está a decorrer com diferentes olhos e perspectivas.
Uma das coisas que fazemos quando um líder está “bloqueado” é obrigá-lo a levantar-se, dar uma volta pela sala e olhar para os problemas de diferentes ângulos físicos.
Provavelmente está a pensar, mas porquê levantar-se?
Porque ao mudarmos a nossa postura física, ou o local a partir do qual estamos a analisar o problema, dá-se um impacto brutal no nosso processo de análise.
O ser humano é um animal muito territorial.
Existe uma área de estudo chamada proxémica que trata precisamente disto mesmo, a utilização dos espaços, barreiras físicas, barreiras virtuais, distâncias de segurança, etc…
Mas no que diz respeito ao processo de análise e decisão, é fundamental que o líder saia detrás da sua secretária.
É que nesta posição estamos defendidos pela segurança das nossas barreiras visíveis e invisíveis.
Por exemplo, o nosso gabinete, a nossa secretária, etc…
Ao sair da nossa zona de conforto e segurança, movendo-nos pela nossa sala ou até mesmo pela empresa, a perspectiva que temos é completamente diferente.
Se olhar sempre para as coisas com a mesma perspectiva, as conclusões e resultados a que vai chegar serão sempre os mesmos.
Esta semana experimente, quando quiser ter uma perspectiva diferente, levante-se e ande um pouco pela sala analisando o problema de diferentes ângulos.
Vai ver que, só pelo facto de se levantar, chegará a conclusões completamente diferentes.