Sabe quem é o seu pior inimigo?
O seu diálogo interno.
Sim, aquela vozinha que nunca se cala.
Sou gordo, sou magro, sou feio, sou tímido, sou isto sou aquilo, sou um desgraçado, não vou conseguir, isto vai falhar, sou um zero à esquerda, nunca consigo nada, nem sei para que me incomodo, etc… etc… etc…
Já está a ver do que é que eu estou a falar?
Claro que sim.
Acontece-nos a todos.
Esta é talvez uma das atitudes mais destrutivas que podemos ter no que diz respeito à nossa vida pessoal ou profissional.
Mas porque é que isto é assim tão destrutivo, estará porventura a pensar?
Vamos socorrer-nos do modo como o cérebro funciona para tentar explicar um pouco de uma forma alegórica, mas ao mesmo tempo muito real, este processo.
O nosso cérebro está divido de uma forma muito simplista em duas grandes áreas.
Uma área que habitualmente chamamos de mente consciente e que ocupa cerca de 10% do cérebro.
Uma área que habitualmente chamamos de mente inconsciente (ou subconsciente, conforme a preferência e ramo de actividade) e que ocupa cerca de 90% do nosso cérebro.
No nosso subconsciente vive uma figurinha muito engraçada, parecida com o grilo falante da história do Pinóquio e que está atento a tudo o que se passa na nossa vida e regista todos os pormenores à nossa volta, mesmo os que conscientemente não damos atenção.
Guarde isto na sua mente, e vamos pegar agora noutro ponto para ilustrar esta questão.
Um pequeno exercício que poderá ser feito por todos os que tenham carta de condução. Os que não tiverem é melhor pensarem numa forma similar de fazer isto sem infringir a lei.
Para ver até que ponto é que isto o prejudica, da próxima vez que for para casa a conduzir.
Ao parar num sinal vermelho faça o seguinte exercício.
Feche os olhos.
E diga para si, em voz bastante alta.
Com muita força! (Convém que esteja sozinho no carro, senão….)
Vou deixar o carro ir abaixo!
Vou deixar o carro ir abaixo!
Vou deixar o carro ir abaixo!
Vou deixar o carro ir abaixo!
Vou deixar o carro ir abaixo!
Vou deixar o carro ir abaixo!
Pelo menos uma sete vezes de seguida e bem alto.
A seguir tente arrancar quando o sinal abrir e analise o que é que acontece.
É que o nosso inconsciente, que nunca dorme e está sempre atento, ouve a primeira vez e pergunta-lhe.
Olha lá, queres mesmo deixar o carro ir abaixo?
Ele de facto acha estranho e ainda nos volta a perguntar.
Mas de certeza que queres mesmo, mesmo, deixar o carro ir abaixo?
Dada a nossa insistência, quem é ele para ignorar uma ordem dada com tanta certeza e clareza.
O que aqui acontece, é que nós até sorrimos, até dizemos para connosco, hmmm o José Almeida devia estar a brincar.
E todos sorridentes, preparamo-nos para arrancar.
O curioso é que normalmente existe sempre um espasmo muscular, uma tremura, ou algo que de facto nos faz com que o carro vá abaixo.
Uma das maiores necessidades que o nosso cérebro tem é a necessidade de congruência.
Congruência entre aquilo que dizemos e aquilo que fazemos, aquilo que achamos que somos e a forma como (nos – tirar este “nos”) aparecemos aos outros (do lado fora – eu tirava este “do lado fora”), etc….
Agora se isto acontece com um exemplo tão simples como este, imagine o que é que isto não faz no resto da sua vida.
A verdade é que aquilo em que nos focamos é aquilo que obtemos, realizamos, atingimos.
E passar a vida com esta vozinha cá dentro, sempre tão negativa, é de facto extremamente prejudicial para si.
Se planeamos falhar, com certeza que vamos falhar.
Quanto mais não seja porque o nosso inconsciente vai acabar por nos ajudar a que isso aconteça.
Agora, posso contar-lhe um segredo?
Sabe qual é a melhor coisa que o passado tem?
É que já passou.
Não adianta viver a sua vida condicionada por experiências de insucesso falhadas.
Seria como conduzir o nosso carro sempre a olhar para o retrovisor.
Mais cedo ou mais tarde, vai dar asneira e vamos bater.
Agora pense comigo!
Tem a capacidade para controlar todas as coisas que lhe acontecem?
Claro que não!
Temos sim, é a capacidade de reagir positivamente ou negativamente ao que nos acontece.
E quanto mais flexíveis formos na abordagem aos desafios que a vida nos coloca, maior será o sucesso que teremos pela frente.
Agora, o que é que podemos fazer a esta vozinha que não nos larga?!
Muito simplesmente dar um berro!
E gritar PÁRA!!!!!!
No sentido literal da palavra.
Se estiverem sozinhos, porque não fazê-lo em voz alta?
Faz bem dar uns berros de vez em quando.
Se estiverem acompanhados, façam-no mentalmente.
E retomar a linha de pensamento noutro sentido mais positivo.
Por exemplo, se estiver sempre a ouvir:
“Vou falhar, vou falhar, vou falhar, vai correr mal, vai correr mal, etc…”
Grite! Pára!!!!
E diga para si próprio com muita força:
“Eu vou conseguir, vai correr bem, vamos lá chegar, etc…”
Faça desta pequena rotina um hábito.
Nos próximos 21 dias, pratique-a continuamente.
Vai ver que assim que a interiorizar, vai ter muito mais flexibilidade na abordagem aos desafios que lhe aparecem e que as coisas lhe vão começar a correr muito melhor face à sua nova atitude.
Força! Vai ver que não custa nada!