Qual é o seu grau de transparência?
Qual é o seu grau de transparência como líder, como pessoa, como colega, como pai ou mãe?
Poderá pensar: “Transparência?”
Sim, transparência!
Será que é possível ver através de si, tal e qual como se de um lago transparente se tratasse?
“Ora, mas o que é que isto interessa?”
Questão válida, sem dúvida. Na liderança, muitas vezes torna-se difícil sermos nós.
Sermos nós sem máscaras, sem planos, sem intenções, sem números a atingir, enfim, sem tudo o que caracteriza o mundo normal do trabalho.
Coloca-se no entanto a seguinte questão:
“Porque é que alguém deveria seguir a sua liderança?”
A liderança nem sempre é algo natural. Aliás, raramente o é no mundo do trabalho, tem mais de instituído do que propriamente natural.
Mas o que começa por ser instituído tem de crescer para algo mais, sob pena de rapidamente o processo cair em ruína e não fazermos nada da nossa equipa.
Por vezes, quando dou formação de liderança, utilizo outro termo…
Trata-se de congruência.
É um pouco mais perceptível e por vezes, quando não conseguimos ser totalmente transparentes, a congruência pode ser o mais aproximado.
Até que ponto é que a sua liderança é congruente?
Será que tem apenas um peso e uma medida para todas as pessoas?
Mesmo que elas não sejam as suas favoritas?
Será que as pessoas sabem com o que contar?
Será que quando olhamos para a organização como um todo, ela é também transparente?
Principalmente nos dias que correm?
Em que muitas vezes as falhas nos processos de comunicação e as decisões tomadas nos fazem ficar tão “turvos”?
Em tempos como os que atravessamos, penso que a carta de valores de uma empresa ou de um líder deveria ser reescrita.
Pelo menos para adicionar o valor da “transparência”.
O que notamos com o nosso trabalho com as empresas, com as suas equipas e com os seus líderes, é que nem sempre este valor lá está presente.
Quer um exemplo?
Na sua empresa pode dar-se ao “luxo” de discordar?
Discordar claramente, dizer que não concorda, defender a sua opinião, se for preciso (espero que não seja) bater com o punho na mesa e discordar e defender as suas ideias com veemência?
Ou procura uma abordagem lateral do género:
“Isso é interessante, mas…”?
No meu entender perde-se muito tempo hoje em dia com desvios.
Em vez de se ir de frente e tomar as decisões, por mais difíceis que sejam, com coragem para enfrentar o que virá a seguir.
A verdade é que estaremos sempre sujeitos a que as pessoas à nossa volta não estejam satisfeitas com as medidas ou decisões que tenham de ser tomadas.
No entanto, ao fim do túnel, e quando olharem para trás, se o grau de transparência for grande, provavelmente irão compreender um pouco melhor o que teve de ser feito.
Esta semana pare um pouco para pensar:
“Qual é o meu grau de transparência?”