Será que há Segurança na Insegurança?
Há Segurança na Insegurança?
Quem me conhece mais de perto sabe que passei por momentos um pouco difíceis em 2002, quando a empresa onde ocupava o cargo de Director Geral cessou as minhas funções.
Foram tempos muito duros, similares ao que muitos profissionais de topo estão a passar neste momento.
Se na altura as coisas foram complicadas, hoje em dia dou graças por toda a reaprendizagem que tive de fazer. Se hoje tenho sucesso, se hoje tenho segurança, se hoje tenho a minha vida ajustada aos tempos que correm, deve-se em parte muito a esse período negro da minha vida.
Mas podem perguntar: o que é que isto tem a ver com a segurança na insegurança?
Nesses tempos aprendi a confiar mais no poder do trabalho.
Explicando, em tempos de incerteza temos de nos voltar para a única variável que dominamos.
Ou seja, o nosso trabalho.
Seja como comerciais, como líderes ou como pessoas que estão desempregadas, têm de existir na nossa vida nestas épocas duas coisas:
1. Visão
– O que quero ao final do túnel?
– Para onde quero ir?
– O que quero que aconteça na minha vida daqui a um ano?
– Como quero que esteja a minha família?
– Se quero estar empregado, em que tipo de emprego?
– Se quero montar um projecto, que tipo de projecto?
– Em termos de saúde, como quero estar?
Ao fim ao cabo, trata-se de ter um foco que nos permita levantar de manhã e saber por que razão vamos lutar hoje.
2. Movimento
Um das coisas que é fundamental é trabalhar todos os dias nessa visão.
Uma das coisas que deita um ser humano abaixo é não ter nenhuma base de apoio. Ora, em situações de crise a questão é: onde está a minha base?
Na experiência de vida que tenho, essa base assenta em sentirmo-nos em movimento.
Sentirmos que, embora as coisas estejam complicadas, estamos a fazer o que podemos e muitas vezes não podemos para caminhar face à nossa visão.
O princípio é este. O que difere será com certeza o tipo de movimento que teremos.
Por exemplo, se estou empregado, mas a situação da empresa não está bem, posso procurar capacitar-me em termos de conhecimento para me tornar mais valioso aos olhos internos e externos.
Posso, por exemplo, reforçar o meu networking de conhecimentos, posso procurar tornar-me uma referência no sector como profissional.
Se sou vendedor, posso procurar reforçar a detecção ou geração de oportunidades de negócio, dado ser essa a vertente que domino no processo comercial por completo e não depender de mais ninguém.
Se estou desempregado, posso todos os dias enviar currículos, posso procurar estruturar e criar o meu projecto, posso participar em fóruns de discussão na Internet, onde os meus conhecimentos possam começar a ser reconhecidos, posso envolver-me em projectos de voluntariado.
A ideia é que não fique parado e exista dentro de mim uma sensação de que existe uma parte da minha vida que está, de facto, dentro do meu controlo.
Será que ajudará a todos?
Sinceramente não sei!
Mas a mim ajudou-me a ultrapassar a crise e a estar onde estou hoje!
Esta semana pare para pensar.
“O que é que posso aprender com a incerteza na minha vida?”
Realmente este artigo é muito interessante e fez-me pensar nesta questão de outra maneira.